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sábado, 25 de dezembro de 2010

2010

Alexander Kelly . Amaya González Reyes . Anabela Almeida . Bruno Huca . Carloto Cotta . Chris Thorpe . Citemor . Clive Egginton . Craig Fleming . Eva Nunes . Flávia Gusmão . Forest Fringe (Edimburgo) . Forest Fringe (Glasgow) . Forge Festival (Sheffield) . Hugo Bettencourt . James Harrison . João d’Almeida . Jorge Andrade . José Capela . José Carlos Duarte . Lauren Stanley . Manuel Poças . Marco Paiva . Maria Matos Teatro Municipal . Miguel Damião . Miguel Rocha . O Espaço do Tempo . Pazz Festival (Oldenburg) . Pedro Gil . Rachael Walton . Rui Lima . Sérgio Martins . Sheffield Theatres . Susana Paiva . Tânia Alves . Teatro Municipal da Guarda . Teatro Viriato . Temps d’Images . The Crucible (Sheffield) . Third Angel . worldmapper.org . ZDB

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

single, em cena no Negócio às 21.30, terá noite extra no domingo.

Negócio (spot de artes performativas da ZDB): Rua de O Século, nº 9, porta 5

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O Imperador Haile Selassie reina na Etiópia, soberano, entre 1930 e 1974.
Vive com a sua corte e estabelece rotinas. O protocolo, o guarda-roupa, os carros. Seguindo um horário rigoroso, audiências, nomeações, denúncias. O tempo dedicado aos animais de estimação: leões, leopardos, panteras, aves do paraíso, flamingos, um papa-formigas. O Imperador é único, como o Sol. Um cargo é uma honra. Ser Ministro da Pluma, Ministro das Finanças, Reverendo Tesoureiro. Ser responsável por abrir as portas pelas quais o Imperador passa, ou por colocar uma determinada almofada debaixo dos seus pés em função da altura de cada trono. Ser Chefe do Serviço Áulico de Espionagem, Imperial Body Guard, Grande Mordomo da Corte, Funcionário de Protocolo nos cortejos. Limpar o xixi do lulu dos sapatos dos dignitários para que eles possam continuar a agir imperturbáveis, não denunciando qualquer incómodo.


O povo passa fome. Tornam-se públicos os benefícios concedidos pelo Ministério do Alto Privilégio. Sabe-se da existência de avultadas contas bancárias do Imperador em bancos estrangeiros. Em 1969, há uma revolta estudantil. Dizendo agir “em nome do Imperador”, o exército junta-se ao movimento de renovação oposicionista. Entretanto, o regime avança nos planos de uma barragem no Nilo “em nome do progresso”. Os dignitários vão sendo detidos, desertificando-se a corte. Os que restam organizam-se em sessões de ginástica (pequenos grupos, para evitar detenções em massa) e iniciam-se os preparativos para a grande festa do 82º aniversário do Imperador. Nesse dia chove. Decorre o ano de 1974. A Comissão Militar Provisória destrona o Imperador, que se limita a afirmar: se a revolução for boa para o povo, concordo com ela.


singular: pertencente ou relativo a um só; individual; único; particular; especial; notável; extraordinário; raro; invulgar; esquisito; excêntrico; original; designativo do número que indica uma só pessoa, animal, ou coisa.
história: evolução da humanidade, narração de factos sociais, políticos, económicos, militares, etc., relativos a um ou mais países; sucessão natural desses mesmos acontecimentos; estudo da origem e do progresso de uma ciência ou arte; narrativa; conto; descrição; biografia; estudo do passado, seja qual for a natureza desse passado, cientificamente elaborado; estudo do passado das sociedades humanas, ou esse próprio passado.


direcção Jorge Andrade . a partir de O Imperador de Ryszard Kapuściński e de “Cell Block, Egospheres, Self-Container: The Apartment as a Co-Isolated Existence” de Peter Sloterdijk . com Anabela Almeida, Bruno Huca, Carloto Cotta, Flávia Gusmão, Hugo Bettencourt, Jorge Andrade, Marco Paiva e Tânia Alves (participaram na concepção do espectáculo Miguel Damião e Pedro Gil) . cenografia e figurinos José Capela . luz João d’Almeida . som Rui Lima e Sérgio Martins . fotografia no postal José Carlos Duarte . execução de figurinos Guilhermina Rocha Gomes . produção Manuel Poças . co-produção mala voadora e Citemor . apoio Teatro Nacional D. Maria II, Adidas e Letra Livre . agradecimentos Carmo Carvalho, Elisabete Leite, Fernando Alvarez, Joana Botelho, Manuel João Ramos, Maria H. Capela, Maria João Vicente e Sofia Sousa


A mala voadora é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes.
A mala voadora é uma estrutura associada da Associação Zé dos Bois (ZDB).

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Single é apresentado no Negócio no âmbito da residência de que resultará 3D, com estreia em Janeiro.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

single

entrevistas e textos de Cláudia Galhós e de Pablo Caruana Húder, fotografias de Susana Paiva, e vídeos de Hugo Barbosa e Pamela Gallo em http://citemor.blogspot.com/search?q=mala+voadora

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domingo, 1 de agosto de 2010

single em construção . 3 dias em 9 minutos

video de Hugo Barbosa e Pamela Gallo

sobre a mala voadora no Citemor

vídeo de Hugo Barbosa e Pamela Gallo

single estreia no Citemor . dias 29 e 30 de Julho na sala B

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O Imperador Haile Selassie reina na Etiópia, soberano, entre 1930 e 1974.

Vive com a sua corte e estabelece rotinas. O protocolo, o guarda-roupa, os carros. Seguindo um horário rigoroso, audiências, nomeações, denúncias. O tempo dedicado aos animais de estimação: leões, leopardos, panteras, aves do paraíso, flamingos, um papa-formigas. O Imperador é único, como o Sol. Um cargo é uma honra. Ser Ministro da Pluma, Ministro das Finanças, Reverendo Tesoureiro. Ser responsável por abrir as portas pelas quais o Imperador passa, ou por colocar uma determinada almofada debaixo dos seus pés em função da altura de cada trono. Ser Chefe do Serviço Áulico de Espionagem, Imperial Body Guard, Grande Mordomo da Corte, Funcionário de Protocolo nos cortejos. Limpar o xixi do lulu dos sapatos dos dignitários para que eles possam continuar a agir imperturbáveis, não denunciando qualquer incómodo.

O povo passa fome. Tornam-se públicos os benefícios concedidos pelo Ministério do Alto Privilégio. Sabe-se da existência de avultadas contas bancárias do Imperador em bancos estrangeiros. Em 1969, há uma revolta estudantil. Dizendo agir “em nome do Imperador”, o exército junta-se ao movimento de renovação oposicionista. Entretanto, o regime avança nos planos de uma barragem no Nilo “em nome do progresso”. Os dignitários vão sendo detidos, desertificando-se a corte. Os que restam organizam-se em sessões de ginástica (pequenos grupos, para evitar detenções em massa) e iniciam-se os preparativos para a grande festa do 82º aniversário do Imperador. Nesse dia chove. Decorre o ano de 1974. A Comissão Militar Provisória destrona o Imperador, que se limita a afirmar: se a revolução for boa para o povo, concordo com ela.

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singular: pertencente ou relativo a um só; individual; único; particular; especial; notável; extraordinário; raro; invulgar; esquisito; excêntrico; original; designativo do número que indica uma só pessoa, animal, ou coisa.

história: evolução da humanidade, narração de factos sociais, políticos, económicos, militares, etc., relativos a um ou mais países; sucessão natural desses mesmos acontecimentos; estudo da origem e do progresso de uma ciência ou arte; narrativa; conto; descrição; biografia; estudo do passado, seja qual for a natureza desse passado, cientificamente elaborado; estudo do passado das sociedades humanas, ou esse próprio passado.

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direcção Jorge Andrade . a partir de O Imperador de Ryszard Kapuściński e de “Cell Block, Egospheres, Self-Container: The Apartment as a Co-Isolated Existence” de Peter Sloterdijk . com Anabela Almeida, Bruno Huca, Flávia Gusmão, Jorge Andrade, Marco Paiva, Miguel Damião, Pedro Gil e Tânia Alves . cenografia e figurinos José Capela . som Rui Lima e Sérgio Martins . execução de figurinos históricos Guilhermina Rocha Gomes . direcção de produção Manuel Poças . co-produção Citemor . apoio Teatro Nacional D. Maria II . ZDB . Adidas . Letra Livre

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agradecimentos Daniel Worm . Elisabete Leite . Fernando Alvarez . Joana Botelho . Manuel João Ramos . Maria do Carmo . Maria H. Capela . Maria João Vicente . Sofia Sousa

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A mala voadora é uma estrutura financiada pelo Ministério da Cultura / Direcção Geral das Artes.

A mala voadora é uma estrutura associada da Associação Zé dos Bois (ZDB).

segunda-feira, 5 de julho de 2010

domingo, 27 de junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010

segunda-feira, 14 de junho de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

domingo, 30 de maio de 2010

sábado, 29 de maio de 2010

egosfera #1

Picture 1

Frederick Kiesler

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Archigram (David Greene)

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Haus Rucker Co.

"postmodern bodies: the personal is political"

terça-feira, 23 de março de 2010

quarta-feira, 16 de abril de 2008

I-Box





















Robert Morris: I-Box, 1962

terça-feira, 15 de abril de 2008

ciclo single

A adopção da própria biografia como tema tornou-se um lugar comum das artes performativas. Ultrapassados níveis mais indirectos de expressão autobiográfica, o quotidiano e o íntimo são tomados como matéria de criação e podem tornar-se objecto de exposição despudorada. Em grande medida, este fenómeno prende-se com um outro mais vasto e também já amplamente instituído: a deslocação do comprometimento político, da adesão colectiva às grandes ideologias, para a crença numa micro-política em que a vontade de transformação social radica nas escolhas individuais e quotidianas de cada indivíduo. Neste quadro de valores, próprio de contextos capitalistas, a construção da identidade é entendida como base da construção libertária e supra-democrática da sociedade.


Acreditamos que a prevalência atribuída à construção da identidade pode ser um fenómeno coincidente com a conquista de liberdade individual e com o enfraquecimento das instituições tradicionalmente responsáveis pela definição autoritária de modelos de comportamento. O estabelecimento público de valores comportamentais parece ser agora, de facto, mais fragmentário e debatido. Os reality shows (independentemente de todo o tipo de manipulações a que estão sujeitos) reflectem de modo massificado esse fenómeno. Por um lado, vivem da singularidade dos participantes (muitas vezes levada até ao ponto da bizarria). Por outro lado, são lugar de confrontos de opinião – tanto entre os protagonistas, como entre os comentadores ou facções da audiência – sobre posturas éticas, liberdades, diferenças, ou outros aspectos de ordem comportamental. Ainda que com uma dimensão crítica diminuta, também aqui a exibição do quotidiano e do íntimo é directa e despudorada. E também aqui o jogo assenta na exacerbação da construção de uma identidade.


As próximas produções da mala voadora terão como tema a identidade e constituirão um ciclo designado single. Mais do que tomar o partido de uma qualquer tese sobre a identidade, pretendem criar-se situações especulativas em torno, designadamente, dos seguintes aspectos:

a ideia de “verdade”

A aproximação à “verdade” no âmbito da literatura e das artes performativas, ou de outras artes, não é um valor em si mesma. Mais interessante parece-nos um conceito tão artificioso como o de “verdade”. Pretendemos ampliar as anomalias daquilo que é banal ou verosímil.

a autobiografia como conteúdo artístico

O facto de existir um importante limite entre o que é importante para um indivíduo (o tipo de conteúdo afectivo que preenche amizades e diários íntimos) e o que interessa aos receptores de um produto artístico será tratado através de situações em que o protagonista de cada espectáculo se confronta com a falta de interesse que nele (também) existe, em contraste com o interesse que o seu contexto social simultaneamente pode demonstrar.

a autonomia do indivíduo

À individualidade irá contrapor-se a reflexão do “eu” no “outro”, ou aquilo que é comum a muitos.



Estão previstos os seguintes 4 espectáculos (3 dos quais serão solos):


O decisivo na política não é o pensamento individual, mas sim a arte de pensar a cabeça dos outros.

A frase que intitula este projecto é, de acordo com Walter Benjamin, da autoria de Brecht. O espectáculo, sobre a natureza e a verosimilhança do “eu” político, terá o formato de um comício. Oscilará entre a colagem absurda de discursos políticos reais e a referência a algumas d’as 101 pessoas mais influentes que nunca existiram (de acordo com os norte-americanos Allan Lazar, Dan Karlan e Jeremy Salter). Pretendem usar-se os recursos próprios da espectacularidade política. Esta co-produção com a Galeria Zé dos Bois será desenvolvida em residência, e apresentada, no Negócio. Tem estreia prevista para dia 11 de Julho, no Auditório do Museu de Serralves, no âmbito do projecto Mugatxoan.

O Duplo

Adoptou-se o título do livro de Fiódor Dostoiévski que constitui ponto de partida do projecto. Um homem sofre um processo de duplicação e vê-se sujeito a conviver com o seu duplo. No espectáculo, é projectado um vídeo que recria a narrativa de Dostoiévski. O protagonista, também presente em cena, dialoga com a projecção, realiza instalações e executa pequenos números que complementam a narrativa. Esta co-produção com a Galeria Zé dos Bois será desenvolvida em residência, e apresentada, no Negócio.

Ele foi Mattia Pascal

Adoptou-se o título do livro de Luigi Pirandello que constitui ponto de partida do projecto. Narra-se a vida de alguém a partir do momento em que é dado como morto.

single

O espectáculo que tem o mesmo título que o ciclo é sobre o comportamento solitário. É o único que não é um solo. O processo de trabalho de single será iniciado por uma socióloga convidada que produzirá um questionário e realizará um conjunto de entrevistas. O ridículo, o estupidamente íntimo, as vicissitudes do corpo, o escatológico, enquanto aspectos impregnados no quotidiano, poderão constituir matéria propícia à manipulação dramatúrgica.