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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

chinoiserie + real/show + Huis Clos + o duplo + Spitx = 2009

Ana Brandão, Anabela Almeida, António Gonçalves, Bernardo de Almeida, Bruno Huca, Carlos Conceição, CCB, Circular, Citemor, Cláudia Gaiolas, Cláudia Silva, Eva Nunes, Festival Y, Hugo Barbosa, João d'Almeida, Jorge Andrade, José Álvaro Correia, José Capela, José Carlos Duarte, Magda Bull, Maria Matos, Miguel Loureiro, Miguel Rocha, O Espaço do Tempo, Rui Lima, Rui Ribeiro, Sérgio Martins, Sílvia Filipe, Teatro Municipal de Bragança, Temps d'Images, Vera Kalantrupmann, ZDB

domingo, 8 de novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

"O Duplo" estreia no Festival Temps d'Images, dias 6 e 7 às 21.00, no Pequeno Auditório do CCB



um impasse distractivo em torno da possibilidade da personagem

direcção Jorge Andrade . com Ana Brandão, Bruno Huca e Jorge Andrade . cenografia José Capela . vídeo António Gonçalves e Carlos Conceição (UZI filmes) . luz João d’Almeida . banda sonora Rui Lima e Sérgio Martins . produção executiva Cláudia Silva

co-produção Festival Temps d’Images . apoio O Espaço do Tempo, Teatro da Garagem

reservas 213 612 560

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

sábado, 19 de abril de 2008

terça-feira, 15 de abril de 2008

ciclo single

A adopção da própria biografia como tema tornou-se um lugar comum das artes performativas. Ultrapassados níveis mais indirectos de expressão autobiográfica, o quotidiano e o íntimo são tomados como matéria de criação e podem tornar-se objecto de exposição despudorada. Em grande medida, este fenómeno prende-se com um outro mais vasto e também já amplamente instituído: a deslocação do comprometimento político, da adesão colectiva às grandes ideologias, para a crença numa micro-política em que a vontade de transformação social radica nas escolhas individuais e quotidianas de cada indivíduo. Neste quadro de valores, próprio de contextos capitalistas, a construção da identidade é entendida como base da construção libertária e supra-democrática da sociedade.


Acreditamos que a prevalência atribuída à construção da identidade pode ser um fenómeno coincidente com a conquista de liberdade individual e com o enfraquecimento das instituições tradicionalmente responsáveis pela definição autoritária de modelos de comportamento. O estabelecimento público de valores comportamentais parece ser agora, de facto, mais fragmentário e debatido. Os reality shows (independentemente de todo o tipo de manipulações a que estão sujeitos) reflectem de modo massificado esse fenómeno. Por um lado, vivem da singularidade dos participantes (muitas vezes levada até ao ponto da bizarria). Por outro lado, são lugar de confrontos de opinião – tanto entre os protagonistas, como entre os comentadores ou facções da audiência – sobre posturas éticas, liberdades, diferenças, ou outros aspectos de ordem comportamental. Ainda que com uma dimensão crítica diminuta, também aqui a exibição do quotidiano e do íntimo é directa e despudorada. E também aqui o jogo assenta na exacerbação da construção de uma identidade.


As próximas produções da mala voadora terão como tema a identidade e constituirão um ciclo designado single. Mais do que tomar o partido de uma qualquer tese sobre a identidade, pretendem criar-se situações especulativas em torno, designadamente, dos seguintes aspectos:

a ideia de “verdade”

A aproximação à “verdade” no âmbito da literatura e das artes performativas, ou de outras artes, não é um valor em si mesma. Mais interessante parece-nos um conceito tão artificioso como o de “verdade”. Pretendemos ampliar as anomalias daquilo que é banal ou verosímil.

a autobiografia como conteúdo artístico

O facto de existir um importante limite entre o que é importante para um indivíduo (o tipo de conteúdo afectivo que preenche amizades e diários íntimos) e o que interessa aos receptores de um produto artístico será tratado através de situações em que o protagonista de cada espectáculo se confronta com a falta de interesse que nele (também) existe, em contraste com o interesse que o seu contexto social simultaneamente pode demonstrar.

a autonomia do indivíduo

À individualidade irá contrapor-se a reflexão do “eu” no “outro”, ou aquilo que é comum a muitos.



Estão previstos os seguintes 4 espectáculos (3 dos quais serão solos):


O decisivo na política não é o pensamento individual, mas sim a arte de pensar a cabeça dos outros.

A frase que intitula este projecto é, de acordo com Walter Benjamin, da autoria de Brecht. O espectáculo, sobre a natureza e a verosimilhança do “eu” político, terá o formato de um comício. Oscilará entre a colagem absurda de discursos políticos reais e a referência a algumas d’as 101 pessoas mais influentes que nunca existiram (de acordo com os norte-americanos Allan Lazar, Dan Karlan e Jeremy Salter). Pretendem usar-se os recursos próprios da espectacularidade política. Esta co-produção com a Galeria Zé dos Bois será desenvolvida em residência, e apresentada, no Negócio. Tem estreia prevista para dia 11 de Julho, no Auditório do Museu de Serralves, no âmbito do projecto Mugatxoan.

O Duplo

Adoptou-se o título do livro de Fiódor Dostoiévski que constitui ponto de partida do projecto. Um homem sofre um processo de duplicação e vê-se sujeito a conviver com o seu duplo. No espectáculo, é projectado um vídeo que recria a narrativa de Dostoiévski. O protagonista, também presente em cena, dialoga com a projecção, realiza instalações e executa pequenos números que complementam a narrativa. Esta co-produção com a Galeria Zé dos Bois será desenvolvida em residência, e apresentada, no Negócio.

Ele foi Mattia Pascal

Adoptou-se o título do livro de Luigi Pirandello que constitui ponto de partida do projecto. Narra-se a vida de alguém a partir do momento em que é dado como morto.

single

O espectáculo que tem o mesmo título que o ciclo é sobre o comportamento solitário. É o único que não é um solo. O processo de trabalho de single será iniciado por uma socióloga convidada que produzirá um questionário e realizará um conjunto de entrevistas. O ridículo, o estupidamente íntimo, as vicissitudes do corpo, o escatológico, enquanto aspectos impregnados no quotidiano, poderão constituir matéria propícia à manipulação dramatúrgica.