sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

revelação no São Luiz . 13 a 16 dezembro . 21.00 (domingo às 17.30) . no âmbito do Temps d'Images


Supreme-Soviet2
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Os conceitos de “universal” e de “comum” são constantemente confundidos, apesar de, na verdade, serem opostos. O “comum” não é aquilo que se encontra em ti, nele, e em mim, mas aquilo que ocorre, acontece, entre nós. O meu cérebro é comum mas é também, simultaneamente, particular porque não é como o teu ou o dele: apenas os seus aspectos universais o são. Os aspectos que se encontram igualmente presentes em todos nós são universais. O “comum” refere-se àquilo que existe ou ocorre no território fronteiriço entre tu e eu, na relação entre tu, ele e eu, e, nesse sentido, existe um constante movimento entre o particular e o comum. O conceito marxista de “intelecto comum” é comum, tal como a língua inglesa é comum e não universal. A linguagem pode servir de modelo para o comum que apenas existe dentro de uma comunidade e que não pode existir fora dessa comunidade. A nossa língua mãe, a língua que falamos, não existe fora da relação que cada um de nós tem, individualmente, com uma comunidade, enquanto a nossa visão bifocal existe em cada um de nós, independentemente da comunidade. Há coisas que apenas existem dentro de relações. (The Dismeasure of Art: An Interview with Paolo Virno)
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revelação
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Revelação parte do romance de Dostoiévski Os Demónios, publicado em 1872. Um grupo de pessoas, numa pequena cidade, reúne-se discretamente com o objectivo de debater temas do novo ideário político que agita a Rússia. Fala-se de revolução. Alguns tornam-se radicais. O grupo está ligado pelo desejo comum de um novo modelo social e, também, pelas suas próprias relações sociais. Revelação é um espectáculo em torno de uma COMUNidade, sobre aquilo que é COMUM, e evoca o contexto cultural em que surgiu o COMUNismo.
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direção Jorge Andrade . a partir de Fiódor Dostoiévski, Sergey Nechayev e uma narrativa de Angela Railean . cenografia José Capela, com execução de Nuno Palmeiro . luz João d’Almeida . produção executiva Manuel Poças . com Anabela Almeida, Angela Railean, Bernardo Almeida, Cláudia Gaiolas, Miguel Fragata  e também António Vasconcelos, Belmira Branca, Benjamin Viraçorda, Hugo Silva, Inês Pardal, Jorge Oliveira, Miguel Brinca, Nuno Palmeiro, Rehan Afridi, Sara Calisto e Telma Pereira . co-produção mala voadora e ArtemRede . apoios LARGO residências, Espaço SOU e Taberna das Almas . A mala voadora é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Secretaria de Estado da Cultura / Direção Geral das Artes e é estrutura associada da Associação Zé dos Bois.

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