sexta-feira, 26 de outubro de 2012

DEAD END estreia na Fábrica ASA em Guimarães . 27 e 28 de outubro às 22.00

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Dead end é uma aproximação ao melodrama. Como se diz no Tratado do Melodrama, um opúsculo de 1817, “para fazer um bom melodrama, primeiro é preciso um título. Em seguida é preciso adaptar a esse título um assunto qualquer, seja histórico, seja de ficção; depois, colocam-se como principais personagens um farsante, um tirano, uma mulher inocente e perseguida, um cavaleiro e, sempre que se possa, um animal aprisionado, seja um cão, gato, corvo, passarinho ou cavalo”. O centro de um melodrama é uma personagem injustamente votada ao sofrimento. Uma vítima de maldade. O desenlace costuma ser adiado até ao final do terceiro acto para que, assim, aumente a revolta do público e o seu desejo de que o desfecho justo e consolador chegue. Está-se “agarrado à história”.
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Dead end foi escrito por Chris Thorpe para a mala voadora, a partir de uma recolha de histórias da zona de Guimarães. Partiu-se de histórias que são espontaneamente contadas boca a boca (do âmbito do comum, sem um autor e que, por isso, se vão transformando ao longo do tempo) e olhou-se para elas à luz do modelo narrativo do melodrama (que surgiu ao mesmo tempo que surgiram as equipas de escrita massificada, e que continua a ser reconhecível numa infinitude de produtos “instantâneos” da literatura, do cinema, da televisão, etc.). Dead endé um exercício de narração.
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Dead end pode ser sobre o mal. Aproxima-se de coisas como o destino e o sacrifício, um certo negrume – coisas que, nos melodramas, são arrumadas de modo a que a vitória seja do bem. As histórias em que o bem vence e o mal é castigado cumprem um papel, não apenas moralizador, mas também apaziguador para os que se revêem no possível papel de vítimas. Tranquilizam; constroem uma ordem. Ou, pelo menos, a imagem de uma ordem. Dead end pode ser sobre a necessidade do mal.
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direcção Jorge Andrade . texto Chris Thorpe e contos de tradição oral recolhidos por Francisco Martins Sarmento . com Anabela Almeida, Jani Zhao, Joana Bárcia, Joana Vieira, Jorge Andrade, Mónica Garnel, Simão Cayatte, Rui Lima, Sérgio Martins, Tânia Alves, e também Celeste Núncio, Chen Renyu, Hu Yifan, Huang Jianping, Jiang Rui, Liu Weichi, Vítor Zapa, Wang Binyu e Zang Xiaobin . cenografiaJosé Capela, com execução de Carlos Maia . figurinos José Capela, com assistência de Teresa Ferreira . luz Daniel Worm d’Assumpção . bandasonora Rui Lima e Sérgio Martins . imagem de divulgação Amaya González Reyes . produção Manuel Poças . co-produçãoGuimarães 2012 Capital Europeia da Cultura . apoio Comuna Teatro de Pesquisa, Maria Matos Teatro Municipal, Taberna das Almas . agradecimentosAntónio Amaro das Neves, Instituto Confúcio, Maria H. Capela, Rute Carlos, Securitas, Teatro da Garagem, Truta
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A mala voadora é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal / Secretário de Estado da Cultura – DGArtes, e é estrutura associada da Associação Zé dos Bois

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