sábado, 9 de junho de 2012

"Revelação" é um espectáculo com uma COMUNidade sobre aquilo que é COMUM e que evoca o contexto cultural em que surgiu o COMUNismo. Estreia hoje em Alcanena, no Cine-Teatro São Pedro, às 22.00.


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Os conceitos de “universal” e de “comum” são constantemente confundidos, apesar de, na verdade, serem opostos.
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O “comum” não é aquilo que se encontra em ti, nele, e em mim, mas aquilo que ocorre, acontece, entre nós. O meu cérebro é comum mas é também, simultaneamente, particular porque não é como o teu ou o dele: apenas os seus aspectos universais o são. Os aspectos que se encontram igualmente presentes em todos nós são universais.
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O “comum” refere-se àquilo que existe ou ocorre no território fronteiriço entre tu e eu, na relação entre tu, ele e eu, e, nesse sentido, existe um constante movimento entre o particular e o comum. O conceito marxista de “intelecto comum” é comum, tal como a língua inglesa é comum e não universal.
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A linguagem pode servir de modelo para o comum que apenas existe dentro de uma comunidade e que não pode existir fora dessa comunidade. A nossa língua mãe, a língua que falamos, não existe fora da relação que cada um de nós tem, individualmente, com uma comunidade, enquanto a nossa visão bifocal existe em cada um de nós, independentemente da comunidade. Há coisas que apenas existem dentro de relações.
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(The Dismeasure of Art: An Interview with Paolo Virno)
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REVELAÇÃO . direção Jorge Andrade . a partir de Fiódor Dostoiévski, Sergey Nechayev e uma narrativa de Angela Railean . com Anabela Almeida, Angela Railean, Bernardo Almeida, Cláudia Gaiolas e Miguel Fragata, entre outros . cenografia José Capela . produção Manuel Poças . co-produção mala voadora e Artemrede . agradecimento Inês Barahona . A mala voadora é uma estrutura financiada pela Secretaria de Estado da Cultura / Direção Geral das Artes e associada da Associação Zé dos Bois.

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