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O mundo que temos nas nossas
cabeças – aquele que usamos em substituição do mundo real – tem mais falhas e
omissões do que substância. Tentamos preencher algumas dessas falhas.
Rectificar algumas dessas omissões. Representar os fragmentos, porque a nossa
interpretação do mundo é ela própria uma representação. Por vezes somos
precisos. Por vezes seguimos alguns desvios, porque estamos a andar num mundo
de narrativas e de terrenos instáveis.
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Os sons produzidos por alguém
quando está em casa disponíveis num CD. Uma empresa especializada em vender as
provas de que se esteve num sítio onde não se esteve. Fatos postos em
fotografias de defuntos para aparecerem no jornal. Burros pintados com listas
brancas. Carpideiras. Réplicas. Manifestantes para alugar. Operações cirúrgicas
para alterar as linhas da mão. Histórias verdadeiras sobre coisas falsas. Uma
para cada país, do Afeganistão ao Zimbabué. Construir um mapa de coisas falsas
para reconhecer o mundo. Foi a partir de um mapa assim que se fez what I heard
about the world. Mas o espectáculo não é esse mapa. Contam-se apenas algumas
histórias. Deambula-se pela necessidade de as contar. Numa sala, três
narradores, uma girafa, um cacto.
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de e com Alex Kelly, Chris Thorpe e Jorge Andrade . colaboração José Capela e Rachael Walton . co-produção Maria Matos Teatro Municipal, Sheffield Theatres e Pazz Festival . A mala voadora é uma estrutura financiada pela DGArtes / Presidência do Conselho de Ministros - Secretaria de Estado da Cultura e é estrutura associada da Zé dos Bois.
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