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Os conceitos
de “universal” e de “comum” são constantemente confundidos, apesar de, na
verdade, serem opostos.
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O “comum” não é aquilo que se encontra em
ti, nele, e em mim, mas aquilo que ocorre, acontece, entre nós. O meu cérebro é
comum mas é também, simultaneamente, particular porque não é como o teu ou o
dele: apenas os seus aspectos universais o são. Os aspectos que se encontram
igualmente presentes em todos nós são universais.
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O “comum” refere-se àquilo que existe ou
ocorre no território fronteiriço entre tu e eu, na relação entre tu, ele e eu,
e, nesse sentido, existe um constante movimento entre o particular e o comum. O
conceito marxista de “intelecto comum” é comum, tal como a língua inglesa é
comum e não universal.
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A linguagem pode servir de modelo para o
comum que apenas existe dentro de uma comunidade e que não pode existir fora
dessa comunidade. A nossa língua mãe, a língua que falamos, não existe fora da
relação que cada um de nós tem, individualmente, com uma comunidade, enquanto a
nossa visão bifocal existe em cada um de nós, independentemente da comunidade.
Há coisas que apenas existem dentro de relações.
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(The Dismeasure of Art: An
Interview with Paolo Virno)
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REVELAÇÃO . direção Jorge
Andrade . a partir de Fiódor Dostoiévski, Sergey Nechayev e uma narrativa de
Angela Railean . com Anabela Almeida, Angela Railean, Bernardo Almeida, Cláudia
Gaiolas e Miguel Fragata, entre outros . cenografia José Capela . produção
Manuel Poças . co-produção mala voadora e Artemrede . agradecimento Inês
Barahona . A mala voadora é uma estrutura financiada pela Secretaria de Estado
da Cultura / Direção Geral das Artes e associada da Associação Zé dos Bois.
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