Em “Billy”, José Júpiter associa um modelo de mobiliário comercializado pela multinacional IKEA, de estrutura elementar, a blocos habitacionais cuja configuração arquitectónica, modernista, formada por inúmeros edifícios modulares de apartamentos isolados do exterior, que sugerem um modo de viver a cidade e a arquitectura na sociedade contemporânea. Tomando por referência a obra “Cell Block, Egospheres, Self-containers”, de Peter Sloterdijk, José Júpiter cartografa visualmente as noções de “isolamentos interligados” e de “egosfera” propostos pelo autor para caracterizar o habitat do homem contemporâneo e a visão que hoje temos da cidade e do objecto arquitectónico. A sua intervenção remete-nos assim para composições habitacionais formadas por fachadas de corpos fechados que atestam o desaparecimento da dimensão de esfera pública bem como as marcas a-comunitárias provocadas pelo estabelecimento de relações baseadas na ilusão de auto-suficiência.
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